terça-feira, 8 de junho de 2004

O alucinado

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Era uma vez um menino chamado jP
Nasceu aos 5 anos e cresceu aos 7
Viveu com os páis morando com a avó, comendo tangerinas todos os dias e bebendo muita água das pedras.
Até certo dia a médica de família o proibiu de beber água das pedras por ser uma bebida radioactiva.
Mas o jP já estava tão viciado em águas das pedras que o seu cérebro começou a ter alucinações a toda hora.
Para evitar ser internado no Magalhães Lemos, jP habituou-se a usar a lógica.
Tudo o que fazia tinha de ter lógica. E começou a descortinar o que era real e imaginário e começou a fazer uma lista de coisas que na realidade não existiam.

-Viu uns edifícios enormes a que as pessoas chamavam de igrejas, que adoravam não sei o que lá do reino do céu. jP bem tentava olhar para cima mas só conseguia ver nuvens que volta e meia se dissipavam portanto só podia ser alucinação.

-Sempre que os grandes se juntavam, punham-se a falar de uns tais senhores que faziam não sei o quê num sítio muito grande que se chamava parlamento e que falavam, falavam e os grandes falavam daquilo que eles falavam. Certo dia do ano as pessoas grandes metiam uma cruzinha num papel para escolher aquele que falava melhor e que fazia mais festas e visitava mais feiras porque sabiam que essa pessoa faladora ia ajudar a tornar os pais melhor. Mas jP via sempre os grandes a barafustarem que a pessoa escolhida nunca fazia nada de jeito e percebeu que era uma alucinação colectiva e que afinal não era só ele a beber água das pedras.

-A vóvó do jP sempre o obrigou a comer peixinho, leitinho e muitos vegetais. Enquanto que os grandes frequentavam casas grandes há hora de almoço onde comiam muuuuuuuuuuuiiita carne e outras coisas gordurentas e metiam umas coisas que os punham a cheirar mal da boca. jP obviamente percebeu que esses senhores deviam estar todos alucinados pois não tinha lógica aquilo que eles estavam a comer.

A lista continua infindável até hoje e jP tenta a todo custo não ficar parecido com as pessoas adultas para não ser uma alucinação como todos os outros.